sexta-feira, 28 de maio de 2010

Estoniano propõe megamutirão de limpeza de ruas no Brasil

Um grupo de 150 mil voluntários vai limpar as ruas da cidade do Rio de Janeiro em março de 2011. O megamutirão da faxina é organizado por um grupo de ambientalistas e tem como base ação semelhante já realizada em 2008 na Estônia, que envolveu 50 mil pessoas, 600 pessoas que trabalharam diretamente no projeto e 10 mil toneladas de lixo retiradas daquele país em um dia de trabalho. O objetivo é realizar ação semelhante em São Paulo em 2013 e em Belo Horizonte em 2012.
Batizada de “Campanha Limpa Brasil”, a campanha foi anunciada pelo estoniano Rainer Nolvak, idealizador da ação na Europa, no 3º Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, no Rio. Nolvak quer limpar toda a capital fluminense com a ajuda de 150 mil voluntários, 50 empresas, 12 instituições públicas em novembro. Vai precisar de um financiamento de parceiros estimado em torno de R$ 3,8 milhões. Nesse momento está sendo montada a estrutura para administrar e organizar o megamutirão.
O movimento já conta com o apoio de várias empresas como a Votorantim, TAM, Vivo, Vale, Nokia, Banco do Brasil, Petrobrás, Brasil Previ e Eletrobras. A Unesco vai assinar a campanha. O objetivo do Limpa Brasil é fazer ações itinerantes em diferentes cidades do País, como São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.
Em entrevista exclusiva, Nolvak disse que o grande sonho é ajudar as pessoas a limpar o planeta, país por país. “O Brasil é enorme, por isso é preciso muita coragem para limpar todo o país de uma vez. O Rio vem desenvolvendo uma infraestrutura que torna possível um resultado sustentável. Nós estamos ansiosos para saber como vamos trabalhamos com os cariocas. Cada lugar tem sua própria história e outros serão construidos com essa experiência”, afirmou.
“Aqui a campanha deverá ser realizada de forma diferente dos países europeus, que desenvolveram a limpeza em 24 horas. No Rio deveremos fazer em etapas, entre uma semana e um mês. Estamos fazendo o mapeamento e desenvolvendo a logística. Haverá campanhas educativas antes do evento”, explica Marta Rocha, da Atitude Brasil, que organiza a fase brasileira.
Nolvak destaca que é preciso utilizar a imaginação para concretizar a limpeza da cidade do Rio e pede mudança na mentalidade das pessoas. “Tudo o que posso fazer é compartilhar a minha história. A história de limpar o Rio está nas mãos de pessoas de bem do Rio! O que você pode fazer? Ouse imaginar – uma cidade limpa, o Rio de Janeiro. Em apenas um dia. Converse com seus amigos, para ver o que eles pensam disso. Junte-se ao movimento, se você sentir que está pronto. Se mora em outro lugar, comece a preparar o movimento em sua cidade! Mudar a mentalidade das pessoas é um enorme trabalho, de equipe - por isso todos são bem vindos.”
Nem os traficantes nos morros amedrontam o movimento. Nolvak quer até a ajuda dos criminosos. “A verdadeira força da Campanha Limpa Brasil reside na união, em uma cooperação em massa com todos para limpar a cidade. Percebemos que a mudança de hábitos é uma tarefa gigantesca. É uma luta pessoal para muitos, não é fácil mudar maus hábitos . É como parar de fumar. Assim como um fumante precisa do apoio de outras pessoas para parar de fumar, nós precisamos de todos para decidir viver em um ambiente livre de lixo. Culpar alguém só faz as pessoas se defenderem e não resolve muito. Então por que não pedir-lhes para participar?”
São Paulo. O estoniano acredita ser possível realizar projeto semelhante numa cidade do porte tão grande como São Paulo. “Por que não? O time em Nova Deli está preparando o clean-up de tamanho semelhante (ao de São Paulo). Eles já fizeram um piloto de limpeza e estão buscando apoio. A questão não é o tamanho da cidade, mas a vontade das pessoas dizerem ‘eu quero São Paulo limpo’!”, observa.
“Eu estarei no Rio em breve, então eu vou poder te dizer. O maior problema do lixo da Estônia foi a combinação da falta de civilidade da população com a má administração do lixo. Simplificando, a sociedade civil e os poderes públicos simplesmente não se importavam. Isto permitiu a ignorância florescer. A limpeza começa dentro de si mesmo em primeiro lugar. Você tem que ter elevada autoestima e orgulho para começar. A campanha Limpa Brasil pode servir como uma excelente ferramenta para o desenvolvimento de ambos. Esta é a parte mais difícil – mas também a mais gratificante”, conclui.
Os megamutirões de limpeza começaram na Estônia, em 2008. Depois seguiu para os países vizinhos Lituânia e Letônia. Em março, Portugal deu o pontapé inicial do Limpa Portugal, com mais de 100 mil voluntários cadastrados. Também em abril, a Eslovênia agrupou 250 mil pessoas na limpeza do país. Nova Deli, na Índia, fará em setembro, assim como Romênia, seguida da cidade do Porto, em Portugal e depois Kiev, na Ucrânia.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Avião que anda sobre trilhos

Andar num trem de metrô sem condutor, como o existente na Linha 4-Amarela de São Paulo, é o mesmo que viajar num avião no piloto automático. Computadores comandam tudo. A diferença é que no avião os controles ficam no computador de bordo ao lado do piloto. Nos trens da Linha 4 o controle é feito de modo remoto direto do centro de controle operacional (CCO), localizado no pátio Vila Sônia, zona oeste da capital, onde é feita a manutenção e há a garagem do ramal.
O envio de dados das composições do metrô em operação para o CCO tem o mesmo procedimento da telemetria utilizada nos carros de Fórmula 1, com dados online sobre consumo de energia elétrica, funcionamento do sistema de freios, tração e até ar condicionado dentro do trem.
O sistema de controle da nova linha é totalmente automatizado, o que torna as operações mais precisas e rápidas. A base do sistema é a comunicação integral com o trem através de rádio. “É o mesmo modelo de funcionamento do transponder do avião. Antenas estão colocadas em todo o túnel. É informada a localização do trem, sua velocidade, o abre e fecha das portas da composição, o abre e fecha das portas de plataforma nas estações”, explica Luís Valença, diretor-presidente da ViaQuatro, concessionária da Linha 4.
Com um toque no mouse, o operador no CCO pode aumentar ou diminuir a velocidade do trem, manter a composição mais tempo parada na plataforma, segurar a porta de plataforma aberta ou mesmo inserir mais um carro no sistema caso a demanda de passageiros seja maior que o esperado. “No dia da inauguração, o operador segurou a porta de plataforma aberta por mais tempo que o definido (30 segundos) para que o governador (Alberto Goldman) entrasse no trem junto com toda a comitiva. Esse é um exemplo do que os operadores podem fazer”, explicou Valença.
Ontem, segundo dia de operação assistida da Linha 4, um problema considerado de rotina mas não informado, levou o CCO a segurar um trem que ia no sentido Estação Paulista mais tempo no túnel antes de chegar à plataforma. “Foi um problema considerado normal, sanado rapidamente”, justificou o diretor da concessionária.
E qual a garantia que um sistema não falhe e provoque algum problema na operação colocando em perigo a segurança? Para todos os principais sistemas existentes – alimentação de energia elétrica, operação do trem, controle de frenagem, controle de velocidade, entre outros – há sempre um sistema reserva. É o chamado sistema de redundância. Se um falha, o outro assume a posição instantaneamente. “Se o sistema que alimenta o trem, chamado de on board control unit (OBCU) falhar, tem um segundo que o substitui. O CCO vai julgar o tamanho da falha e determinar se o trem continua a operar ou precisa ser recolhido”, explica Valença.
As portas de plataforma de vidro nas estações foram colocadas para isolar os trilhos. Se forem forçadas, o sistema entende que foram abertas à força e bloqueiam o acesso dos trens às estações. As composições param 30 metros antes ou depois das plataformas até que a segurança confirme que não há nenhum usuário nos trilhos.
A automação do sistema, segundo o consultor em transportes Peter Alouche, que trabalhou por 35 anos no Metrô, sempre existiu em São Paulo. “Não é uma novidade do outro mundo. Em 1974, quando foi aberta a Linha 1-Azul, já entrou em operação o automatic train operation (ATO), que nada mais é do que o condutor nos carros utilizado apenas para abrir e fechar as portas nas estações. O restante da operação é feito por comandos do CCO”, conta Alouche. De acordo com José Geraldo Baião, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo (Aeamesp), o sistema ATO funciona nos horários de maior movimento do metrô, quando é necessário colocar mais carros para atender a toda a demanda existente.
Aliás, o novo sistema de comunicação via rádio utilizado na Linha 4 permitirá, quando todas as 11 estações estejam em operação em 2012, que o tempo de partidas dos trens nas estações chegue a 75 segundos. Hoje o recorde na Linha 3-Vermelha é 101segundos. “Com 75 segundos será o menor intervalo do mundo”, diz Gerson Toller, presidente da Feira Negócios nos Trilhos. O recorde de menor intervalo é do metrô de Moscou, com 90 segundos de intervalo entre os trens.
O sistema de monitoramento no CCO da Linha 4 é feito por um vídeo wall, uma grande tela de 12 metros de comprimento. Nessa tela gigante é possível acompanhar toda a extensão da linha, as estações, o pátio de manobra e manutenção e todos os sistemas de operação no ramal, nas estações e até mesmo a segurança. São três operadores – elétrica, trem e passageiros/segurança –, um supervisor e três agentes de seguranças por turno. A sala se parece com uma torre de controle dos aeroportos. O prédio em que está localizado já foi apelidado pelos funcionários de “amendoim” por causa do formato se assemelhar a bago de amendoim com três grãos.

Essa é a versão integral de matéria publicada hoje no caderno Metrópole do Estadão.

terça-feira, 25 de maio de 2010

TJ reduz expediente nos dias de jogos do Brasil

Todos os funcionários do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo terão expediente menor nos dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo. Portaria determina que o horário de funcionamento do TJ será de apenas 5 horas nas datas das partidas da equipe do professor Dunga na África do Sul. Quando o jogo for no período matutino, o expediente será das 14 horas às 19 horas. Quando o escrete canarinho jogar à tarde, o funcionamento do TJ ficará restrito das 9 horas às 14 horas. Hoje, com todos julgamentos, audiências, afazeres e a fila de processos à espera de julgamento, o expediente normal é das 9 horas às 19 horas. Você concorda com essa redução do horário na Copa?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Justiça manda baixar pedágio no interior

 

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que a concessionária Rota das Bandeiras, que administra a Rodovia General Milton Tavares de Souza (SP-332), entre Campinas e Conchal, reduza o valor do pedágio na praça de pedágio no km 135,5, na cidade de Cosmópolis. Hoje, o valor da tarifa é de R$ 5,20 para veículos de passeio, e deve ir para R$ 2,50. Já as motocicletas pagam atualmente R$ 2,60 e devem pagar R$ 1,20. A decisão é da juíza Maria Thereza Nogueira Pinto, de Cosmópolis. A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) também já foi intimada sobre a decisão.

A sentença segue liminar já concedida pela Justiça de Cosmópolis em dezembro. Mas a concessionária recorreu e agora perdeu novamente. A redução é uma reivindicação da Associação de Amigos dos Bairros Coqueiro, Uirapuru e Capela de Cosmópolis, que se baseou no princípio de proporcionalidade na utilização da rodovia para argumentar que o valor da tarifa era elevado.



Os novos valores passam a valer assim que a decisão for publicada no Diário Oficial do Estado, sob pena de multa diária de R$ 15 mil.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Capital do bichinho de pelúcia

A cidade de Tabatinga, com 15 mil habitantes no interior paulista,  já foi chamada de "Princesinha da Laranja" e pode ser declarada a "Capital do Bichinho de Pelúcia, Acessórios Infantis e Enxovais para Bebês" do Estado de São Paulo.

Os 15 mil moradores no município, a 330 quilômetros da capital, vivem clima de guerra com a China. Nos últimos seis anos, a economia de Tabatinga é sustentada pela produção de bichinhos de pelúcia. São 32 fábricas que fazem mais de um milhão de peças todo mês e geram cerca de 2 mil empregos.

Os fabricantes reclamam da concorrência desleal dos preços baixos dos produtos chineses. Um projeto de lei que declara a cidade como o centro do bichinho de pelúcia espera votação na Assembléia Legislativa. A proposta é do deputado José Bittencourt (PDT).

terça-feira, 18 de maio de 2010

Recuo estratégico

O Colégio de Líderes de partidos na Assembleia Legislativa de São Paulo acaba de fechar acordo para não votar a proposta de emenda à Constitução (PEC) de São Paulo que garantiria o pagamento de 13º salário aos 645 prefeitos paulistas, além de outros benefícios como o pagamento de adicional noturno, aposentadoria e demais direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais que constam no artigo 7º da Constituição Federal. A proposta de criação dos benefícios foi do deputado Uebe Rezeck (PMDB), conforme esse blog mostrou na última sexta-feira (veja post mais abaixo).

No plenário havia número suficiente de deputados para aprovar a PEC - são necessários 57 dos 94 votos. Antes até havia sido aprovada outra matéria. Mas os parlamentares resolveram evitar desgaste político em ano eleitoral e suspender a votação, cuja aprovação estava alinhavada desde a semana passada. "A bancada do PSDB foi contra. Sou contra essa regalia", diz o deputado Orlando Morando (PSDB). 

A presidência da Alesp pode pautar a proposta novamente assim que o Colégio de Líderes resolver apostar na aprovação da criação dos benefícios. Para especialistas em direito público e administrativo, a medida proposta é inconstitucional.

Na tribuna, em meio ao tiroteio de palavras, Rezeck, que não falou com este repórter, disse: "Se a Constituição Federal garante a todos os ocupantes de cargos públicos, inclusive aos que exercem cargo eletivo, o direito ao 13º salário, porque os prefeitos do nosso Estado não podem receber o benefício?" Para o deputado, se vereadores, deputado estaduais, federais, senadores e vereadores recebem, não há motivo para que os prefeitos também não recebam. "Apresentei um projeto de emenda constitucional para corrigir esta distorção, e não vejo razão para que alguns parlamentares sejam contra minha proposta. Vou continuar a defendê-la, por ser digna, justa e constitucional."

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Planejar, investir e crescer

Ser sede dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo pode melhorar a infraestrutura nas cidades. É preciso aproveitar e planejar corretamente os projetos para que os investimentos continuem a ser úteis depois dos eventos. As Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo de 2014 no Brasil deveriam ser utilizadas como catalisadores do desenvolvimento nas cidades sedes de jogos e suas regiões metropolitanas.

O vice-prefeito de Londres, Richard Barnes, conta que apesar de desenvolvida, a capital inglesa também enfrenta problemas de falta de moradia, enormes congestionamentos nas ruas e a necessidade de ampliação do transporte público para comportar toda a demanda existente. “Vamos aproveitar a infraestrutura a ser criada para os Jogos Olímpicos de 2012 para a população. Também pleiteamos a Copa do Mundo de 2020, que pode trazer mais benfeitorias. Estamos criando estruturas permanentes que poderão ser usadas muito tempo depois dos jogos olímpicos”, prevê Barnes.

A vila olímpica vai se transformar em casas para a população carente. “Vamos dar subsídios para quem quiser comprar as casas e também para o aluguel. Estamos estruturando os trens para ajudar a atravessar a cidade congestionada. A prefeitura faz lobby para que o governo central continue a investir em Londres. O desenvolvimento precisa acontecer também no subúrbio, com economia sustentável onde grande parte da população vive e precisa trabalhar”, observa Barnes.

O diretor da Agência de Desenvolvimento da capital inglesa, Peter Bishop, explica que as Olimpíadas de 2012 em Londres vão ajudar na revitalização de áreas pobres, como já está sendo feito neste momento com a região de East London, que vai sediar os jogos.

Algumas das instalações serão usadas sem modificações, para esportes. Bishop citou especialmente o Estádio Olímpico, de 80 mil lugares. Mas após as Olimpíadas, o espaço será adequado para uso local, sendo reduzido para 55 mil lugares.

Os investimentos públicos destinados à infraestrutura das Olimpíadas são da ordem de 5,3 bilhões de libras. Mas a cidade tem muito a ganhar com isso, segundo Bishop, e 1,7 bilhão de libras estão sendo destinadas à recuperação e reforma urbana de uma das áreas do East London, o Lower Lea Valley.

INOVAÇÃO

Como fazer para superar barreiras que parecem intransponíveis para o desenvolvimento das cidades? O vice-prefeito de Lyon, na França, Michel Daclin, disse que é preciso oferecer um ambiente que leve à criatividade. Ele acrescenta que o processo de busca por soluções inovadoras nas cidades passa obrigatoriamente pelo cuidado com a educação e a mobilização de toda a sociedade local.

“A inovação cobre muitos domínios e a educação tem papel muito importante nisso. Se uma área metropolitana quiser ter sustentabilidade, ser criativa e inovadora, precisa dar condições para que isso aconteça e fazer com que todos participem desse processo. Também se deve incentivar a diversidade, a interdisciplinaridade e novas formas de expressão”, afirmou.

Para o organizador da Conferência Internacional de Cidades Inovadoras 2010, Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), é preciso programas públicos não conservadores. “As pessoas buscam o bem estar que as cidades não oferecem. E quem oferecer isso vai receber mais investimento”, destacou ao apontar ações como as da prefeitura de Chattanooga, nos Estados Unidos.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Deputado quer 13º salário para prefeitos

Em época de cortes de gastos, principalmente os públicos, o deputado estadual Uebe Rezeck (PMDB) quer instituir o pagamento do 13º salário a todos os 645 prefeitos paulistas. Está pronta para ser votada, com pareceres favoráveis das comissões da Assembleia Legislativa e até acordos de lideranças, a proposta de emenda à constituição (PEC) de São Paulo que cria mais esse benefício para os detentores de mandatos eletivos.

Na esteira também podem ser criados o pagamento de adicional noturno, aposentadoria e outros direitos sociais dos trabalhadores urbanos e rurais que constam no artigo 7º da Constituição Federal.

A PEC de Rezeck está na pauta do dia da próxima terça-feira com destaque para votação em regime de urgência. Interessante é que no texto proposto não consta a palavra 13º salário, mas apenas "aplica-se aos detentores de mandatos eletivos o disposto no artigo 7º, incisos VIII e XVII da Constituição Federal", que garante o benefício.

Na justificativa de sua proposta, o parlamentar, ex-prefeito de Barretos, alega que tem "o objetivo exclusivo de verter expressa e literalmente para o texto da Constituição do nosso Estado a inclusão de garantia que a prática e a jurisprudência  já consagraram há algum tempo. Trata-se de incluir os detentores de mandatos eletivos dentre a categoria de agentes públicos merecedores dos direitos sociais constantes do artigo 7º, incisos VIII e XVII da Constituição Federal. Esta PEC não pretende inovar o direito, nem criar direito novo para ninguém, porém apenas passa para o texto constitucional de nosso Estado aquilo que já ocorre com relação não apenas aos parlamentares federais como também aos Deputados Estaduais, que, tal qual se fossem servidores, já recebem aqueles direitos sociais desde longo tempo, dentre os quais se destacam irredutibilidade e garantia de salário, décimo terceiro salário, salário-família, férias anuais e ainda outros, compatíveis com as funções políticas e administrativas daqueles agentes. Para poupar as partes do inútil desgaste, e ainda para desonerar o já atarefadíssimo Poder Judiciário de ações trabalhosas e repetitivas, mas cujo fim é de antemão conhecido, é que se propõe esta medida, que nada faz senão, repete-se, consolidar na Carta Magna Estadual um direito que já é observado na vida diária da Administração".

Você, leitor, concorda?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Estado de São Paulo carece de salas de cinema

O Perfil dos Municípios Brasileiros 2009, divulgado há pouco pelo IBGE, mostra que a população de São Paulo está cada vez mais distantes dos cinemas. Não porque não vai às salas de exibição, mas porque não há cinemas nas cidades. Dos 645 municípios paulistas, apenas 134 contam com salas de projeção (mesmo assim é o maior do Brasil).

Mas para quem preferir assistir a um filme na telinha, o problema é menor, já que 490 cidades já possuem videolocadoras. Quem quer ler só encontra livrarias em 213 municípios. E aqueles que apreciam arte e querem visitar museus devem se deslocar para outros municípios, uma vez que apenas em 210 cidades há estabelecimentos desse tipo.

Já os paulistas têm a maior opção de ir às compras em shopping centers. São 85 nas terras bandeirantes.

No Brasil, a existência de equipamentos culturais está mais concentrado na região Sudeste. Nos 1.668 municípios de São Paulo, Rio, Minas Gerais e Espírito Santos há mais salas de cinema: 270, assim como mais livrarias: 448. Mas o Nordeste concentra mais videolocadoras: 1.262.

Já os shopping center são 352 em todo território nacional, segundo o IBGE. Sendo 169 só na região Sudeste.

O que você acha dessa comparação entre cultura e consumo?

terça-feira, 11 de maio de 2010

Cresce fluxo de veículos nas rodovias com pedágio em São Paulo

As administradoras privadas de rodovias comemoram. O Estado de São Paulo registrou alta de 1,2% em abril, em relação a março, no movimento nas estradas pedagiadas segundo o índice que mede o fluxo de veículos nas estadas pedagiadas, produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). O movimento de veículos leves subiu 1,2% e o de pesados 1,7% neste período. Os dados mostram apenas porcentuais, não o número de veículos pagantes. Mas para se fazer uma rápida comparação, basta ver que no primeiro mês de funcionamento do Trecho Sul do Rodoanel, 1.356.423 veículos utilizaram as pistas, ainda não pedagiadas.

Ao se comparar abril de 2010 com abril de 2009, verifica-se que o fluxo de veículos que passaram por praças de pedágio em São Paulo cresceu 8%. O movimento dos veículos leves subiu 5,8% e dos pesados 14,7%. Nos últimos doze meses, o indicador da ABCR cresceu 3,9%. O fluxo de leves subiu 4,6% e pesados 2,1%.

Já nas estradas brasileiras, o indicador registrou queda de 1,1%.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Reaberto hoje garimpo de Serra Pelada

Saiu publicado no Diário Oficial da União de hoje a autorização para a retomada do garimpo em Serra Pelada, no Pará. Fechadas desde 1992, as jazidas ficaram imortalizadas pelas imagens dos garimpeiros formando um verdadeiro formigueiro humano nas encostas do local. Serra Pelada foi considerada o maior garimpo a céu aberto do mundo.

A exploração foi concedida pelo governo federal para a empresa Serra Pelada Desenvolvimento Mineral, formada por uma cooperativa de garimpeiros - com 45 mil associados - e uma companhia canadense de exploração de minérios, a Colossus Minerals, que detém 75% da sociedade. Os brasileiros ficarão com apenas um quarto do que render nas jazidas.

Agora a situação será diferente da Serra Pelada inicial. Os trabalhos serão totalmente mecanizados. Será construída uma mina subterrânea com rampa de acesso de 1,6 mil metros para a entrada de materiais.

Mas os antigos garimpeiros que ficaram fora da cooperativa não estão contentes com a situação. Para Etevaldo Arantes, do Movimento de Trabalhadores e Garimpeiros na Mineração, a exploração da mina não vai beneficiar a categoria, pois, como nas vezes anteriores, as "pessoas com mais recursos foram as beneficiadas". A lavra rudimentar ficará restrita apenas a locais remanescentes de rejeitos da mina principal.

Prospecções mostram a existência de pelo menos 150 toneladas de ouro no subsolo, além de outros metais preciosos como platina e paládio. A nova exploração deve gerar mais de R$ 3 bilhões.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a retomada dos trabalhos em Serra Pelada foi negociada com mais de 20 associações, sindicatos e cooperativas desde 2003. Você acha certo a exploração nesse formato?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Depois do engenheiro do Rodoanel, Dersa exonera presidente

E as mudanças não param no comando da Dersa, empresa ligada ao governo do Estado de São Paulo responsável por duas das grandes vitrines da gestão José Serra: a Nova Marginal do Tietê e o Trecho Sul do Rodoanel. Em meados de abril, foi demitido o diretor de engenharia Paulo Vieira de Souza – que foi considerado o engenheiro do ano em 2009 (veja post mais abaixo).

Agora chegou a vez do presidente da Dersa deixar seu cargo. Sem muito alarde, a empresa substituiu Delson José Amador pelo ex-diretor administrativo e financeiro José Max Reis Alves. Amador, que assumiu a presidência em 2008, acumulava o posto com a superintendência do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) – posição que deve manter até pelo menos o fim da atual gestão estadual.

Assim como na época da demissão de Vieira de Souza, houve rumores de que a saída do presidente teria relação com os atrasos na inauguração dessas obras – a nova Marginal foi entregue com trechos em obras e o início das operações no Rodoanel aconteceu um dia após Serra se desincompatibilizar do governo. A empresa, no entanto, nega qualquer tipo de atraso. Sobre a demissão do então diretor de engenharia, a Dersa informou que havia sido uma "decisão de governo". Agora, dentro da administração estadual, alega-se que Amador não precisará acumular cargos e vai desenvolver trabalho já começado no DER. Aspectos políticos também estão contidos nos comentários de bastidores. RENATO MACHADO e EDUARDO REINA

terça-feira, 4 de maio de 2010

Moradores no Parque de Itatiaia prometem insurreição

Hoje à tarde poderá ficar um pouco mais sério o embate que é travado na Justiça Federal pelos moradores do Núcleo Colonial de Itatiaia,  no Rio, contra a direção do Parque Nacional de Itatiaia e o Instituto Chico Mendes (ICMBio). Os proprietários das áreas que o governo federal quer desapropriar vão reagir ao que consideram um abuso de autoridade e arbitrariedade do diretor do Parque Nacional do Itatiaia, Walter Behr. Por causa das últimas chuvas, várias residências estão precisando de reformas, e o diretor está proibindo a entrada de caminhões com os materiais de construção até as propriedades, impedindo a passagem dos veículos no único portão de acesso. Agora os moradores decidiram pedir ajuda das polícias civil e militar e vão tentar, a qualquer custo, que os materiais de construção cheguem às suas residências. Os imóveis, que ocupam espaço em área de preservação ambiental, não podem ser ampliados ou modificados.

Pelo menos quatro caminhões deverão tentar a entrada na área controlada pela direção do Parque Nacional, levando as compras efetuadas por quatro moradores. O advogado e juiz aposentado Antonio Sebastião de Lima, que defende os interesses dos proprietários na Justiça Federal, por intermédio da Associação dos Amigos do Itatiaia – que reúne os moradores –, deverá estar na 99ª Delegacia de Polícia em Itatiaia, para registrar queixa caso os caminhões, novamente, sejam impedidos de chegar às residências na área que o governo federal tem considerado como parte da reserva. O advogado também pediu às polícias para verificar se os guardas que fazem a segurança do portão têm porte legal para uso das armas de fogo. Também haverá uma manifestação em frente ao portão de acesso do parque. O prefeito Luis Carlos Ypê e outras autoridades foram comunicados com pedido de adesão ao movimento.

Os moradores do Núcleo Colonial de Itatiaia são proprietários legítimos dos imóveis que ocupam – entre eles diversas residências, pousadas e hotéis – pois a área é particular, e o decreto de 1982, assinado pelo presidente João Batista de Figueiredo – que ampliou a área do Parque Nacional do Itatiaia para os atuais 30 mil hectares –, nunca passou de um papel assinado, já que nesses últimos quase 30 anos o governo não fez as desapropriações dos lotes particulares com escrituras. As possíveis desapropriações anunciadas pelo ICMBio estão sendo questionadas na Justiça Federal por isso, pois para os proprietários o decreto presidencial já caducou, e não pode valer mais. Além disso, os moradores não receberam, até agora, uma proposta dos valores dos imóveis para a desapropriação.

Os proprietários também mostram que há mais de 100 anos têm mantido a defesa da biodiversidade na área, já que dos lotes desmatados pela cultura cafeeira que foram comprados por seus antepassados surgiu a floresta que existe hoje e que está totalmente protegida, bem mais, segundo eles, do que as áreas sob guarda do ICMBios e da direção do Parque Nacional. Para os proprietários o governo federal não vê problemas nos imóveis, pois todos serão mantidos depois, caso haja a desapropriação, e terão uso similar ao que existe atualmente, o que não justifica a idéia da proteção ambiental. Para os moradores, o interesse do governo federal é somente o financeiro.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Justiça livra Casoy de indenização por ofensa a garis

O apresentador da TV Bandeirantes, Boris Casoy, se livrou de pagamento de indenização pedida por 800 garis do Rio de Janeiro depois que foi ao ar no dia 31 de dezembro de 2009 um comentário onde se referiu à categoria dos lixeiros como "o mais baixo da escala de trabalho". "Que m…dois lixeiros desejando felicidades…do alto de suas vassouras. O mais baixo da escala de trabalho", dissera Casoy.

O juiz do 4º Juizado Especial Cível do Rio, Brenno Mascarenhas, negou a reclamação de indenização. Em seu despacho, Mascarenhas apontou que o comentário do jornalista foi apenas um "constrangedor preconceito" e "produz indisfarçável preconceito" do apresentador.

Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, após o comentário, foram impetradas 163 ações contra a emissora e o jornalista. No dia seguinte à gafe, Casoy pediu "profundas desculpas", ao vivo, pela "frase infeliz que ofendeu os garis".

sábado, 1 de maio de 2010

São Paulo ainda tem 51 cidades sem uma biblioteca pública

No Estado de São Paulo, 51 dos 645 municípios, 7,9%, ainda não possuem uma biblioteca pública municipal. O dado consta do 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais divulgado na sexta-feira pelo Ministério da Cultura.

Foram pesquisados todos os 5.565 municípios brasileiros. O estudo aponta ainda que em 2009, 79% das cidades brasileiras possuíam ao menos uma biblioteca aberta. Um alívio para os leitores, pois isso signfica 4.763 bibliotecas em operação em 4.413 municípios.

Segundo o levantamento, em 420 municípios no território nacional, as BPMs foram extintas, fechadas ou nunca existiram.

No ranking dos municípios com mais bibliotecas, a primeira colocação é ocupada pela cidade paulista de Barueri, com 4,07 estabelecimentos por 100 mil habitantes. A capital está na  157ª posição, com  0,51 estabelecimento por 100 mil habitantes.

Veja a lista dos municípios paulistas sem biblioteca pública municipal:

Águas da Prata

Alfredo Marcondes

Araçariguama

Aramina

Aspásia

Bento de Abreu

Bofete

Bom Sucesso de Itararé

Braúna

Cabrália Paulista

Caiabu

Campina do Monte Alegre

Dumont

Embaúba

Euclides da Cunha Paulista

Gabriel Monteiro

Guarantã

Igaraçu do Tietê

Igaratá

Ipaussu

Itapura

João Ramalho

Lavrinhas

Luiziânia

Lupércio

Manduri

Mineiros do Tietê

Morro Agudo

Nova Canaã Paulista

Nova Europa

Nova Luzitânia

Oleo

Orinduva

Palmares Paulista

Pardinho

Pedranópolis

Pongaí

Pontalinda

Porangaba

Queiroz

São João das Duas Pontes

São José da Bela Vista

São José do Barreiro

São Miguel Arcanjo

Serrana

Suzanópolis

Tambaú

Tuiuti

Ubirajara

Urânia

Valentim Gentil