quinta-feira, 25 de março de 2010

Trecho Leste do Rodoanel

Segue abaixo material completo sobre a aprovação dos estudos ambientais do Trecho Leste do Rodoanel feito por mim e pelo Renato Machado:

O estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto no meio ambiente (Eia-Rima) do Trecho Leste do Rodoanel foram aprovados ontem pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). Dos 20 integrantes, três se abstiveram – dois ambientalistas e o representante do Ministério Público Estadual. Agora, o governo estadual deverá lançar o edital que escolherá a empresa responsável pela elaboração do projeto executivo da obra, prevista para iniciar ainda este ano.
Em relação ao texto original, a ala ambientalista conseguiu dobrar o tamanho da área de compensação ambiental. A proposta inicial previa compensação de 540 hectares. A alteração elevou esse índice para 1080 hectares. Há previsão de suprimir 275 hectares de vegetação ao longo do traçado. Os ambientalistas também conseguiram garantir a presença de um integrante do Consema durante a fiscalização da obra e o aviso prévio de qualquer mudança no projeto.
Outras duas mudanças importantes dizem respeito ao traçado do futuro Trecho Leste e a forma que a via vai atravessar algumas regiões. A região da Gruta de Santa Luzia, local da nascente do Rio Tamanduateí, em Mauá, anteriormente seria atravessada por um túnel que passaria por baixo da gruta. Por pressão dos ambientalistas, o Eia-Rima agora prevê um contorno do traçado para não atingir a área. A outra alteração foi instituir um túnel na região de Mauá, para que o Rodoanel não passe perto da área de manipulação de pólvora de uma fabricante de munições.
“O impacto ao meio ambiente é sempre maior do que está previsto no papel”, diz o ambientalista e membro do Consema Carlos Bocuhy. Ele cita que há na região da futura pista 280 espécies de fauna, sendo 31 delas em extinção. “Nós entendemos que é possível melhorar esse projeto, até porque vai haver uma intervenção muito dura em uma área frágil. Além do mais, nós gostaríamos de discutir em cima do traçado real do projeto, que ainda via ser feito”, completa.
O Trecho Leste possui 43,5 quilômetros de extensão e começa na interligação com o Trecho Sul, em Mauá, cruzando com a Rodovia Presidente Dutra e a Ayrton Senna. O traçado percorre o território de sete municípios: Ribeirão Pires, Mauá, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Itaquaquecetuba e Arujá.
Serão atravessados importantes corpos de água como o braço Rio Grande da Billings, de onde é captada água para abastecimento de várias cidades da Região Metropolitana, o Rio Guaió, o Rio Tietê e mais 14 outros corpos d’água.
Os canteiros de obras vão obrigar a alteração de rotas de ônibus em 24 vias nas cidades de Ribeirão Pires, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba e Arujá. Está prevista a construção de 112 obras de arte especiais – pontes, viadutos, túneis, etc.
Com a entrada em operação dos 43,5 quilômetros do tramo leste, é prevista uma piora no trânsito na SP-66, a Rodovia Henrique Eroles, que liga Itaquaquecetuba a São José dos Campos, no trecho urbano de Suzano, além de problemas no trecho externo da Ayrton Senna e na Estrada de Santa Isabel e Mandi.
Desapropriações. A faixa de domínio demandará a desapropriação de cerca de 740 hectares. Destes, 537 hectares correspondem à implantação do viário onde se localizam 1.071 edificações. São 774 edificações urbanas – predominantemente residências –, 229 edificações isoladas (chácaras e sítios), 48 edificações em atividades econômicas de maior porte e cerca de 20 edifícios que abrigam usos institucionais. Serão afetadas ainda 91 hectares de áreas agrícolas.
O Eia-Rima propõe 26 programas ambientais. São cinco programas na fase pré-construtiva, 14 na fase construtiva e outros sete na fase de operação. A implementação dos programas ambientais é estimada em R$ 417,6 milhões. O custo total das obras é estimado em cerca de R$ 5 bilhões. O Trecho Leste será construído pelo vencedor da licitação de exploração do pedágio do Trecho Sul. O prazo de construção é de 36 meses.

O que diz a Secretaria Estadual dos Transportes:

A Secretaria Estadual dos Transportes informou através de sua assessoria de imprensa que a aprovação do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto no Meio Ambiente (Eia-Rima) do Trecho Leste do Rodoanel dá a licença prévia para o empreendimento.
“Na prática, a licença autoriza a abertura da licitação no que tange às questões ambientais. Além das condicionantes que os técnicos da Secretaria do Meio Ambiente haviam destacado, outras foram incluídas durante as discussões do Consema”, diz nota do governo estadual.
Com a construção desse trecho, o Rodoanel chegará a 143 quilômetros dos cerca de 170 quilômetros do projeto completo. A diferença é referente ao tramo norte, sem data para ser iniciado.

12 comentários:

Celi disse...

> Desmatamento sempre haverá, mas tem que ter uma compensação visto que são poucos que compesão !!

Resta uma fiscalização rigida, e o principal um projeto de qualidade.

>Celi

CLAUDINEY ANTUNES ANDRADE disse...

O MELHOR DE TUDO ISSO, QUE É IMPORTANTISSÍMO A ÁREA AMBIENTAL É QUE NÃO OUVE CORRUPÇÃO DO EXECUTIVO COMO É DE PRAXE ACONTECER EM OBRAS FEDERAIS, VIDE TCU.ESTA DE PARABENS O MEIO AMBIENTE E OS COFRES PUBLICOS.

Gilberto Amaral disse...

Matéria excelente e esclarecedora face à importância e magnitude dessa obra que salvará a cidade de São Paulo do caos que emerge. Imaginem a cidade daqui a alguns anos sem o Rodoanel. Parabéns ao Estado pela iniciativa e coragem de executá-la. Infelizmente há que se sacrificar o ambiente para se tornar a cidade habitável.

Gilberto Amaral disse...

Aliás, linda foto do rodoanel na matérial!

Ricardo Soares disse...

Xico Graziano está dizendo que esse assunto foi resolvido às mil maravilhas... quando ele elogia eu desconfio ...o que vc acha ?

Eduardo Reina disse...

Olá Ricardo,
obrigado pelo seu comentário. Ao sair a campo para apurar as informações é possível verificar que há algumas deficiências sim nessa fiscalização. Entretanto, não posso, como repórter, emitir opinião sobre isso. Não seria ético. Procuro retratar a situação tal qual é vista. Essa mesma matéria mostra que a prefeitura de Jaú teve o lixão interditado mas continua utilizando o local. Qual a tempo de reação da companhia estadual nesse caso? A verificar.
Este comentário meu sobre o contato de Ricardo é referente ao post acima, sobre lixo.
Abraços
Eduardo Reina

Lucas disse...

Os ecochatos são uma droga que entravam o desenvolvimento do país; é necessário sim haver compensações ambientais, no entanto ocorrem muitos exageros.

VALERIO CAMARA disse...

Ir frente com o rodoanel, tendo gente competente, tanto do lado de engenharia da obra como do lado ambientalista, é o caminho para salvar esta cidade do caos que impera hoje e dia a dia piora. Como eng Agronomo, sei das implicações ambientais que os governos causaram no passado, mas agora me sinto tranquilo sobre o que se está fazendo, vide o trecho sul que está por ser inaugurado agora e que comtempla sistema de contenção e proteção contra desastres ambientais em suas pontes, passagem subterraneas para a fauna local e outros detalhes que tem forte visao ambiental. Quando pronto, teremos algo como o ""Grande Circulo Anulare", que circunda Roma na Italia, e que ajuda a preservar o ambiente e tambem a parte histórica. Aqui, o rodoanel vai salvar a população de morrer por asfixia e stress em decorrência da grande rodovia que hoje é a Marginal Pinheiros e a Av dos Bandeirantes. Salve!!

Valério Camara

Carlos Henrique disse...

Mais uma estrada para se cobrar pedágio, fui de mogi das cruzes até presidente venceslau no extremo oeste, e nunca vi uma estrada tão ruim como a raposo tavares, gastei mais de cem reais entre ida e volta e não vi nenhum benefício naquela estrada, pouca sinalização e a pista irregular.

sandro disse...

não se trata so de rodoanel ? se trata de familias que ali moravam e hoje estão aguardando sairem as suas moradias :porque essas familias estão ate agora sem nenhuma resposta eles nao dao uma referencia de quando vai sair a moradia na minha opiniao e um descaso cim as pessoas que depende dessa moradia

Carlos Angelo disse...

Trafeguei pelo Rodoanel da Rodovia dos Bandeirantes até a Via Anchieta, no dia da inauguração do trecho atual - entre Rodovia Régis e Mauá. Em todo o percurso vi apenas uma viatura estacionada; nenhuma circulando; nenhuma ambulância ou carros de socorro mecânico. O trânsito estava pesado nos dois sentidos - muitos caminhões e carros de passeio. Sou ambientalista militante, entretanto acho que esta obra já deveria estar totalmente pronta desde 1970. Basta passar pela Avenida dos Bandeirantes para compreender o que estou afirmando.

Breno disse...

é pq a casa de nenhum de vcs passa nesses trechos por isso q vcs acham interessante ....

acho um absurdo a destruição de mata para construir ruas