sexta-feira, 19 de março de 2010

Brasil joga na 3º divisão do saneamento básico

O Brasil está no terceiro grupo do ranking de países latinoamericanos no cumprimento das metas do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) na área de saneamento. Isso inclui saúde, equidade de gênero, economia e ambiente. Esses compromissos têm como meta que cada país consiga reduzir em 50% o déficit da área urbana na coleta de esgoto até 2015.
Dez dos 12 países estão cumprindo as metas traçadas, mas precisam manter os níveis atuais de investimentos. "Paraguai e Bolívia estão com dificuldades em alcançar a cobertura de água e esgoto", explica Marcos Thadeu Abicalil, especialista sênior em saneamento do Banco Mundial no Brasil. A instituição deve investir US$ 2,6 bilhões na América Latina. Os governos latinoamericanos estão apresentando informes sobre o cumprimento das metas na 2ª Conferência Latinoamericana de Saneamento, em Foz do Iguaçu, Paraná.
Segundo análise de Abicalil, os países podem ser divididos em quatro grupos no que se refere aos investimentos serviços no saneamento básico. "O Uruguai é um bom exemplo do primeiro grupo. Cada cidadão uruguaio tem acesso à água potável e esgoto tratado", comentou. Nessa divisão, o Chile e a Argentina estariam no segundo grupo, com a vantagem de não ter esgoto a céu aberto. Já o Brasil e a Colômbia estão no terceiro grupo, formado por países que estão caminhando rapidamente para o cumprimento do ODM. "O Brasil ainda tem muito que fazer, pois nosso acesso às redes de esgoto ainda é menor do que 80%", destacou.
No quarto grupo aparecem o Paraguai e a Bolívia com patamares inferiores. Entre os problemas apresentados pelos paraguaios se destacam a falta de implementação de políticas e estratégias setoriais, carência de fundos e fontes de financiamento e um marco regulatório. No ano passado o Ministério de Obras Públicas e Comunicação criou a Unidade dos Serviços de Água Potável e Saneamento Sanitário (USAPAS) para organizar o setor. Um dos desafios do país é aumentar em sete vezes os níveis de investimentos anuais.
Um bom exemplo vem do Peru, segundo o Diretor Nacional de Saneamento Juan Carlos Parede que destacou o programa Água para Todos. "Nós já investimos US$ 1,3 bilhão até agora e deveremos investir mais US$ 4,4 bilhões para cumprir a meta do governo de atender 80% dos 27 milhões de peruanos", destacou.
De acordo com o Secretário Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Leodegar Tiscoski para que o Brasil consiga ter 100% de água tratada até 2015 é preciso estruturação, investimentos em recursos e na educação. O país ainda carece de conhecimento técnico sobre controle de enchentes pelos planejadores urbanos e controle de zoneamento.

7 comentários:

Fernanda Kuzuhara disse...

Lamentável a situação do Brasil. O Brasil está entre as 10 maiores economias do mundo e, apesar disto, ainda não oferece tratamento de esgoto à toda população. Se formos falar de coleta e destinação adequada do lixo a situação é ainda mais lamentável. Sou engenheira sanitarista e conheço bem de perto o total descaso dos administradores públicos na área de saneamento básico.

Se os Políticos Brasileiros (não estou especificando ninguém em particular, por que o problema é generalisado) se preocupassem mais com o bem-estar da população e menos com sua ganância, este país poderia ser uma super potência.

Investimentos em educação, tratamento de água e esgoto, coleta de lixo, construção de hospitais bem equipados, etc. são absolutamente cruciais para um País que quer se destacar internacionalmente.

Mas para tal, é estritamente necessário combater a corrupção (em todos os graus de governo) e direcionar adequadamente os recursos necessários para o bem-estar da população. Político e funcionário público corrupto para cadeia !! Famos fazer valer a lei e o bom-senso.

Mary Zanin disse...

O próprio nome já diz " saneamento básico", pois é do básico que precisamos: saúde, educação, saneamento, etc. e tal. Só assim teremos aquele país que tanto desejamos. Agora é só começar a investir...vamos lá?

Carlos Bordini disse...

Por que precisamos cumprir essas metas? Seguirei meu raciocínio a partir de uma situação particular. Sou médico do interior, mudei-me para opequena cidade do interior de São Paulo na decada de 70 devido à quantidade de pessoas da região que sofriam (e morriam) de neurocisticercose, "ovos de solitária" na cabeça. Não foram os avanços na Medicina com novas drogas e novos métodos dianósticos os principais fatores que fizeram com que hoje, raramente se veja novos casos dessa terrível moléstia. Melhorias no saneamento, mas principalmente da educaçao das pessoas certamente foram essenciais, resultando não somente em minorar sofrimento humano, mas também menor locação de recursos.

Eduardo Macedo- Presidente Assemae Rio disse...

Em primeiro lugar, em termos de esgotamento sanitário temos que combater o vergonhoso índice que ostentamos nacionalmente quanto a coleta de esgoto. Ao invés da exibição falaciosa de algumas autoridades quanto aos índices de tratamento de esgoto em algumas cidades. E urgente
e que consigamos universalizar a coleta de esgoto neste pais tao desigual.

Marc Tawil disse...

Reina, vc é ótimo. Parabéns pelo blog!

Sebastião disse...

Se nas capitais o problema de saneamento é sério por falta de investimentos como deve ser no interior do Brasil?
Em Salvador há bairros que não tem água encanada, luz elétrica, quanto mais saneamento básico, o que faz os governos de lá que não investem o suficiente para solucionar o problema, será preciso intervenção Federal para que a população seja atendida adequadamente?

Carlos Angelo disse...

Gostaria de comentar a matéria sobre cemitérios.
Quando estará no blog?