quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Igreja quer transportar estudantes da rede municipal

A Igreja Adventista do Sétimo Dia pretende diversificar um pouco sua área de atuação e quer realizar serviços – não religiosos – para a Prefeitura de São Paulo, a fim de obter mais fontes de renda. A entidade está participando da licitação aberta pela Secretaria dos Transportes para a contratação de vans e outros veículos para o Transporte Escolar Gratuito (TEG).

A participação da entidade na concorrência não é nada ilegal, mas desperta curiosidade, já que esses serviços são realizados normalmente por empresas especializadas ou cooperativas. É incomum igrejas disputarem licitação, ainda mais para prestar serviços que não tenham relação com a sua atuação principal.

Mas o primeiro obstáculo enfrentado é justamente consequência da crença dos seguidores da Igreja. Isso porque a abertura dos envelopes será em um sábado. A Igreja então enviou um pedido para a Secretaria para que o horário fosse prorrogado para as 19 horas “por motivos religiosos”. A resposta com a aceitação do pedido foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da Cidade.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia em São Paulo foi procurada na manhã de hoje para explicar por que pretende realizar esses serviços para a Prefeitura e se possui uma frota de vans. A a assessoria jurídica e de comunicação da entidade informou que a unidade central é quem responde sobre esses assuntos, mas está localizada em Artur Nogueira, no interior paulista, onde hoje é feriado. Por isso não iria se manifestar.

A colaboração dessa reportagem é do repórter Renato Machado.

Atualização em 16/9, às 16 horas:

A Igreja Adventista do Sétimo Dia informou na manhã de hoje que não tem interesse em disputar licitações promovidas pela Prefeitura e que seu nome está sendo usado indevidamente. A entidade aparece como participante das concorrências 001 e 002 da Secretaria dos Transportes para a contratação dos serviços de Transporte Escolar Gratuito (TEG).

"Nossso único negócio é a comercialização de livros evangélicos. Não temos frota para realizar esse serviço e ele não está relacionado com a nossa atividade eclesiática", diz o diretor jurídico da Igreja Alcides Coimbra. Todas as três unidades regionais paulistanas da entidade foram contatadas, mas nenhuma dela é a responsável por participar da licitação.

Segundo Coimbra, a entidade então entrou em contato com a Prefeitura para identificar quem está utilizando o nome da Igreja nas licitações. "E vamos processá-la com certeza, assim que descobrirmos quem é, até porque está manchando o nome da Igreja."

Os indícios apontam que é uma pessoa da própria Igreja que está participando das licitações. Isso porque foi publicado no Diário Oficial da Cidade de ontem que o representante solicitou o prazo para a entrega dos envelopes fosse prorrogado para depois das 19 horas por "motivos religiosos". Isso porque a data marcada será um sábado, dia em que os seguidores da Igreja Adventista do Sétimo Dia reservam para fins religiosos.

 
 

 

 

14 comentários:

Eduardo Neco disse...

Sim. A igreja Adventista tem frota própria e é mais empresa que qualquer outra "coisa". Por exemplo, é a maior rede de escolas particulares da América Latina e, olha só, em 1998, foi considerada por uma revista gringa a segunda empresa mais organizada do mundo. À época, só perdeu pra Esso.

E outra, em Artur Nogueira fica um dos centros de formação de "teólogos" que atuam pela igreja, que é agregado a um campus localizado em uma gigantesca fazenda em que alunos trabalham na plantação de laranja em troca de descontos pífios nas mensalidades. O centro nervoso da igreja fica em São Paulo, e pode ser contatado pelo UNASP.

Luiz Bueno disse...

A Igreja Adventista tem frota para transporte escolar? Como assim? Quantos veículos são necessários para atender uma rede de escolas de uma cidade como São Paulo?

E as instituições adventistas costumam fechar às 16 horas de sexta-feira. É, no mínimo, muito estranho.

Nelson Ando disse...

Simplesmente uma situação esquipatica (e abstrusa para muitos), pois as atividades de qualquer igreja constituída não pode contemplar atividades que não se enquadrem no art. 150 da Constituição Federal. A prestação de serviços de transportes pela igreja poderá ensejar a Receita Federal de suspender a imunidade que ela goza. Infelizmente grande parte das igrejas ditas evangélicas poder-se-ia ser considerada como sociedade empresária lucrativa. Quiçá a igreja adventista, neste caso, tenha constituída uma empresa para a atividade de serviços de transporte,porquanto não está explicitado na reportagem.

Diego disse...

Eu acho isso otimo
pq assim vamos evitar mtas desgraças com as nossas crianças
tratando-se de uma igreja podemos ter certeza da responsabilidade deles

Ricardo Nogueira disse...

Legal, mas não sei como eles vão fazer com a questão do Sábado, a Igreja do Sétimo dia tem o costume de separar o tempo da Sexta a noite e Sabado até a tarde para total dedicação e louvor a Deus.

Fabio disse...

Com certeza Diego. Como a Igreja Universal do Reino Unido e a Renascer que mal fazem manutencao dos seus templos ou se importam com alvaras de funcionamento ou a seguranca dos mesmos. E ai quando inocentes morrem no colapso de quaisquer deles, tiram o corpo fora e so' na justica pra que reconhecam suas responsabilidades. Realmente sao muito responsaveis.

Fernando disse...

Claro, com certeza, nossas crianças estão totalmente seguras na mão de religiosos. Pedofilia não significa seguir o Pedo.

Tiago Ferreira disse...

Importante a leitura da atualização do artigo. Vamos aguardar a apuração dos fatos.

Vinicius disse...

Olha,
Vejo que o sr. não sabe nada sobre a Organização Adventista do Sétimo Dia. Primeiro que a IASD é mais IGREJA do que qualquer outra. Tem obras de caridade, através da ADRA, que está presente em aproximadamente 160 países do mundo, sendo que a igreja tem fiéis em 205 países (230 reconhecidos pela ONU). É também uma empresa, muito organizada, como toda igreja deveria ser. Os templos sim recebem isenções fiscais, mas as escolas, universidades, casas publicadoras e hospitas pagam em dia todos os impostos. O ramo empresarial da IASD é usado da melhor forma possível para que a obra espiritual seja facilitada, sendo que as escolas e colégios são renomados e muito respeitados até mesmo fora do ramo adventista.

Já com relação aos descontos, conheço pessoalmente obreiros que pagaram seus estudos somente com o trabalho prestado no campus e de outras maneiras, como a venda de livros evangélicos de porta em porta. E o centro nervoso da Igreja é mesmo em Arthur Nogueira. Em São Paulo temos 3 sedes menores, gerenciadas pela sede do interior.

Jeferson disse...

Gente.. pensem bem.. poderiamos nos inscrever com qualquer nome, basta para isso termos o CNPJ, e com isso poderiamos trazer prejuizos de imagem para quem quer que seja...

Eduardo disse...

Claro.. faz sentido isso.. acredito que alguem está tentando difamar a tal da Igreja..

Evanildo Carvalho disse...

A Igreja Adventista não tem intenção de envolver-se em quaisquer atividades com fins lucrativos. Pena desinformados apelarem para agressão vberbal, difamação e leviandades.

Quaisquer informações sobre, devem ser apuradas. Não é a primeira vez que indivíduos tomam o nome de instituições religiosas para conferir ares de credibilidade à iniciativas puramente pessoais.

Há níveis organizados a que se podem recorrer para eventual apuração do fato.

Vanessa disse...

Para informação correta dos que leram seu comentário, informo que estudo no UNASP, e que os alunos não trabalham nos laranjais. A Faculdade terceiriza o serviço.
E a Escola trabalha respeitando as leis brasileiras e reivindicações do Ministério da Educação e Cultura - MEC.

Thais disse...

Nossa, Eduardo. A obrigação do jornalista é apurar os fatos. Acho muito compliado você dar uma notícia assim, atualizar um dia depois com a outra vesão. Não dava pra esperar 1 dia apra postar essa matéria que nem é tão importante assim? ouvir o outro lado é sempre essencial, não é mesmo?