quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Aumenta número de apagões na Região Metropolitana de SP

No último verão, principalmente nos três primeiros meses de 2010, 27,2% das regiões atendidas pela Eletropaulo na Grande São Paulo registraram aumento do número de horas sem energia elétrica em comparação com a média padrão. Em 21 locais houve ultrapassagem do limite padrão de horas sem luz, que atingiu mais de 1,4 milhão de consumidores ou 5,6 milhões de pessoas, segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre qualidade de serviços para indicadores de continuidade do fornecimento de energia elétrica. Cada localidade tem uma média padrão diferente da outra.
A pior região da capital, segundo a Aneel foi Parelheiros, cujos moradores ficaram 30,86 horas sem luz em 19,32 vezes no ano passado. Também na zona sul, no Jardim São Luiz, está o segundo pior índice. Foram 23,64 horas às escuras.
Mesmo quando a comparação é feita entre o primeiro trimestre deste ano com o de 2009, verifica-se que houve aumento substancial na quantidade de horas no escuro em todas as 21 localidades na Grande São Paulo que ultrapassaram o limite padrão sem energia. O relatório de janeiro de 2011 ainda não está concluído.
A AES Eletropaulo alega que o problema no último verão foi potencializado pelas constantes tempestades que derrubaram galhos e árvores sobre a fiação, provocando o desligamentos do sistema.
As zonas mais afetadas nos meses de verão em 2010 são São Paulo Represa – praticamente a zona sul da capital –, que estourou em 48,7 horas a média padrão para a localidade, seguido por São Bernardo do Campo, com mais 34,7 horas acima da média e Santo André, com 24,5 horas acima do normal. A zona oeste da cidade de São Paulo também registrou mais horas apagadas que a média padrão, com 5,9 horas acima.
A maioria dos setores onde os índices de continuidade de fornecimento de energia elétrica está localizada em regiões com crescimento demográfico e também com incremento da atividade econômica. É o caso de São Bernardo e Santo André e zona sul da capital. Mas também há aumento de horas apagadas nas cidades de Carapicuíba, Diadema e Guarulhos Nordeste, além de regiões importantes de São Paulo como Aeroporto, Lapa, Raposo Tavares, Santo Amaro e Vila Mariana.
A situação se reverte apenas na comparação com os segundo e terceiro trimestres de 2010, quando os problemas provocados por ventos fortes e chuvas diminuem. Nessas mesmas 21 regiões o número de horas sem luz cai bastante. Nos 21 casos, nos meses de abril, maio e junho, ainda por reflexo dos temporais, o número de horas ficaram abaixo da média padrão, com exceção de São Paulo Represa (Parelheiros) e São Bernardo do Campo Represa (Riacho Grande, Taquacetuba e outros bairros), recordistas de horas no escuro com 109,50 horas e 37,17 horas respectivamente.
“Em São Paulo está sendo registrado de 600 a 700 acidentes envolvendo a população com queda de cabos no solo, por exemplo”, diz Jesus Francisco Garcia, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo (Sinergia). Ele diz também que as equipes de atendimento a emergências estão bastante reduzidas, o que comprometeria ações rápidas no religamento de energia. “Antes havia uma equipe para cada 300 consumidores. Agora há uma para mais de mil consumidores”, disse Garcia, que espera mais apagões na Grande São Paulo neste verão.
Fernando Mirancos, diretor de operações da AES Eletropaulo, afirma que o aumento do índice de horas sem energia elétrica registrada pela Aneel no primeiro trimestre de 2010 foi consequência do período chuvoso anormal em toda a região Sudeste. “Chuva acompanhada de vento potencializa os desligamentos da rede. Mas choveu três vezes mais que a média histórica. Como a rede de distribuição é aérea, houve volume maior de desligamentos provocados por galhos e pelo vento forte”, explicou.
Quebra galhos. Dados da AES Eletropaulo mostram que 52% dos desligamentos de rede em 2010 foram provocados por queda de galhos. Foram mais de 320 quedas de árvores sobre a rede. “Em função disso foi feito um plano de emergência com manutenção preventiva e corretiva”, disse Mirancos. A empresa informou que em 2010 foram podadas mais de 300 mil árvores. Em 2009 haviam sido podadas 148 mil. Também é alegado que está sendo investido na ampliação do sistema de abastecimento com três subestações novas abertas nesse ano e outras três a entrarem em operação prevista para 2011.
A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), empresa responsável pela transmissão de energia elétrica para a Eletropaulo distribuir aos consumidores, alega que não há redução de manutenção em seus equipamentos. “Seria um tiro no pé, inviabilizaria os negócios da empresa. O que aconteceu recentemente em Pirituba foi uma fatalidade. Há problemas sim, tanto que problemas isolados acontecem”, justificou o gerente do Departamento de Operação da CTEEP, Carlos Ribeiro.
RECLAMAÇÕES
Basta o céu ficar carrancudo, cheio de nuvens, que muita gente já sabe que além da chuva forte haverá também a interrupção no fornecimento de energia elétrica. Principalmente os que moram ou trabalham na regiões recordistas de horas sem luz.
É o caso do empresário Fernando Rachid, que tem uma empresa de metrologia – que faz a calibragem de instrumentos de medição – em Santo André. “A última vez que apagou aqui foi na semana passada. Foi cerca de uma hora e meia”, contou. A interrupção atrapalha a calibragem e também a área administrativa, que fica impedida de emitir notas fiscais, ordens de serviços e outros documentos.
Em março, período do pico de apagões em São Paulo, Luciene da Silva Meira, dona de uma loja de doces no Brooklin, zona sul, teve prejuízo grande quando um apagão deixou a região de sua loja cerca de 12 horas sem luz. “Eu perdi um freezer cheio de sorvetes. Sem luz por tanto tempo os sorvetes derreteram. Agora a gente sempre fica com medo que volte a apagar tudo”, queixa-se ao contabilizar perda de R$ 600.
Já Isadora Magalhães, moradora no Bairro Jordanópolis, em São Bernardo, conta que basta chover um pouco mais forte que a energia elétrica em seu bairro caia. O bairro, de classe média, é um dos mais afetados pelos apagões segundo o relatório da Aneel. “No verão, ameaçou chover forte ou ventar que já fica tudo apagado. A gente liga para a Eletropaulo e eles dizem que a religação será rápida. Mas nem sempre isso acontece”, reclama.

21 comentários:

Tersio Gorrasi disse...

Para que ainda continuamos com esse indesejável horário de verão?

Clodoaldo da Silva Leite disse...

Lamentavelmente moro num condomínio na região da Cidade Dutra (há seis anos) e sempre falta energia elétrica, simplesmente a Eletropaulo não resolve o problema.
O pior é que este fato vem ocorrendo há muitos anos e até onde sei por outras pessoas o problema é crônico, ou seja, ´sem solução bem antes de eu morar na respectiva região.
O que não dá pra engolir são as justificativas que o transformador foi desligado ativando o módulo de segurança.

Um abraço,

Clodoaldo Leite

Ed disse...

Curioso: foi só o governo Dima inaugurar a temporada de apagões de 2011 - por falta de manutenção, diga-se - e sair na imprensa que os apagões no âmbito federal estão aumentando, e a Aneel aparece com um relatório sobre São Paulo afirmando que aumenta o número de apagões por aqui. Como não podem esconder a causa principal, ela está lá no meio do texto: tempestades acima da média que derrubaram árvores e fiações. E acidentes, muitos acidentes envolvendo batidas em postes com quedas de fiação.
O parágrafo inicial desse texto faz parecer que se trata de uma tragédia, mas no segundo parágrado a coisa se suaviza para quem se preocupa em fazer uma conta: 30,86 horas sem luz em 19,32 vezes em 2010, na região que mais sofreu, que foi Parelheiros. Aliás, por que a divisão em centésimos do número de vezes? Ou foram 19 ou 20. 19,32 vezes quer dizer o quê?
Mas, deixando de lado a aberração matemática, divide-se um pelo outro e descobre-se que os, vá lá, 19,32 apagões ao longo do ano foram, em média, de 1,5 hora. E os que ocorreram durante a madrugada, provavelmente foram sentidos por poucos.
Claro que o ideal é não haver apagões, mas o jogo sujo da política fica evidente nesse texto da Aneel, ainda mais com essa "invenção" de um apagão que vale 32 centésimos dos outros.

pernalonga disse...

Os tu_ca_nos são incompetentes até a medula. Os apagões mostram a incapacidade de planejar e investir em um setor que está tendo uma demanda maior.

O Brasil crescendo e SP perecendo na mão desses incompetentes

henrique77 disse...

O dia que aqui virar o "Egito", com todo mundo indo às ruas protestar, mas protestar efetivamente, a coisa muda. Agora! Enquanto a sociedade, como um todo, continuar sendo omissa e covarde, e votando sempre nos mesmos incompetentes, engolindo "sapo de perna aberta", vai continuar essa porcaria.

marcelo f. disse...

srs.
já que o assunto é apagão, quero aqui deixar meu testemunho e o meu pedido de providencias ou de cpi...em cotia a situação é vexatória para os consumidores, inconsequente para os prestadores de serviço e digna de abertura de inquerito policial...em 2009 e 2010, notem...2009, das 52 semanas do ano, cerca de 48 x foram os cortes e supressão de fornecimento de energia eletrica...em algumas vezes com cortes que duraram horas...varias horas...em 2010, das 52 semanas, os cortes ocorreram em 49 vezes...um absurdo...com cortes que duraram tambem varias horas...perda de paciencia, de alimentos, perda de trabalhos no computador...aonde o procom...aonde a assembleia legislativa...aonde o ministerio publico, federal ou estadual...estamos a merce de esbulhadores dos dinheiros publicos e da grana dos contribuintes...cotia vive as escuras...

fxavier disse...

Em resumo: apagões nas redes elétricas de responsabilidade do governo federal tucanos chamam de incompetencia, aparelhamento do setor em mãos de apadrinhados, etc e tal. Mas quando acontecem nas empresas paulistas a coisa muda de figura:" o problema foi potencializado por tempestades, caidas de galhos sobre a fiação"...

Edivelton Tadeu Mendes disse...

Apagão como diz o especialista Lobão, é coisa do passado e que o sistema brasileiro é o melhor do mundo.Isto mais parece palavras do Ex.pres.Lula, para o qual o dinheiro do povo é seu e de seus pares - mais próximos em especial!Não é Lulinha?

Julio disse...

Daqui a pouco vamos comprar um gerador e ganhar um notebook de brinde hehehehehehehehe

marto disse...

na zona leste, mais precisamente em itaquera é raro o dia que nao falte energia. nucna vi uma coisas. dessas. cada vez pior é o estado de sao paulo e prefeito fazendo besteira.senfim ja nos acostumamos.

osiris serra disse...

Apagões na Capital

Entendo que se 52% das interrupções no fornecimento são causadas por galhos sobre a malha elétrica, então é um problema de incompetência mesmo. Digo isso pois já presenciei os cortes de galhos na rua em que moro. A Eletropaulo terceiriza o serviço, mas não fiscaliza, então a qualidade final do serviço deixa muito a desejar.

Osiris Serra]
São Paulo SP

Roberto A disse...

Investir na geracao e transmissao de energia é para ser realizada na escala federal e nao na estadual.
Você nao parecesse entender muito dessas coisas entao me recuso a discutir com você.

Guilherme Camargo disse...

Pq tudo neste país tem que acabar com uma troca de acusações entre PSDBistas e PTistas ? Todos somos culpados. Não cobramos de nossos governantes federais e estaduais (vermelhos ou azuis) investimento em infra-estrutura !!! Vamos para de dar Ibope para partidos políticos, eles não tem feito por merecer... Vamos pensar no futuro de nossos filhos !!!

luiz disse...

Pobre estado de são paulo nas mãos dos tucanhas, apagões constantes, isso é uma vergonha.

Ricardo J.Fontes Almeida disse...

Com o crescimento dos empreendimentos imobiliários nas várias regiões da grande São Paulo, as redes de transmissão de energia, com fiação já desgastada pelos vários anos de uso, transformadores do século passado que não atendem a demanda dos dias atuais. O paulista ainda sentirá durante muito tempo as interrupções constantes de eletricidade, independente do bairro onde mora. Enquanto isto as concessionárias estrangeiras irão reclamar dos custos que a atualização lhes causará nos ganhos atuais e nos recursos que hoje sustentam suas matrizes nos países de origem. E novamente iremos ter aumentos de tarifas, prática gerada durante o governo FHC. Para poupa-las das perdas de sua margem de lucro das contas de luz. Alguém ai já viu a concessionárias elétricas trocar a fiação e os transformadores que passam na porta de suas casas? Observe se eles já estão com aquela barriga entre um poste ao outro. Sabem o que é aquilo? É desgaste provocado pelas variações climáticas, solução troca imediata. Conheçam as causas dos porquês. Não fiquem esperando que governo deste estado altere algo. Eles já conhecem o problema a muito e não vão fazer nada pelo povo, só pelas empresas.

Ricardo J.Fontes almeida disse...

Jornalista baum ocê, rsrsrsr censura comentários que desnudam o problema em sua raiz. Não passa de um bossal.

Juca disse...

Peraí amiguinho...
Se o problema eh em nivel estadual. como vc cita, quer dizer que no resto do pais, inclusive estados governados pelo PSDB e oposicao, a coisa tá uma "bagunça" ?
E entao, no resto dos estados, a coisa tá ótima por causa da competencia do petismo? E o que vc tem a dizer sobre MG e PR tambem, ja que sao governados pelo PSDB?
Ou o petismo "ta dando certo" nos tremendos estados da Bahia, Alagoas, Piaui e Maranhao. pq os governos la "deixam o petismo federal trabalhar com seriedade". é isso?
Cite pontos em que SP deve aprender com esses estados citados, por favor, pra que SP saia dessa "recessao tucana"?

Explica pra gente pq ninguem ta entendendo seu raciocinio!
Obrigado!

Ricardo Diniz disse...

Se a coisa está ruim em São Paulo e Grande São Paulo, vocês não tem idéia de como está em Cotia. É "normal" a região onde moro (circuito 107) ficar 48 horas seguidas, e até mais, (eu disse seguidas...) sem energia. Um simples disjuntor aberto demora 20 horas para ser reconectado. A região está abandonada, sem manutenção, fios e transformadores velhos e, como sempre, as ligações clandestinas (os gatos) livres e soltas. Tenho reclamado do circuito 107 há 5 anos, mas até agora nada.

http://www.refinanciamentodeveiculos.com.br/ disse...

Porque de tanto apagão ?
Sera que é porque não chove ?

Alfredo disse...

Esse apagões em todo o estado de São Paulo vão afastar os investimentos, pois as empresas precisam ter certeza do fornecimento de energia, a confiabilidade do sistema elétrico é fundamental para a atração de novas indústrias, essa falta de infraestrutura está prejudicando a capital e todo o estado.

Lygia Donato disse...

É realmente lamentável ter que ver e ouvir determinadas coisas. Dia 24.01.2011,minha filha que reside em Cotia, em um renomado Condomínio, ficou 22 H sem energia. Liguei enumeras vezes para a AES...sem sucesso.Entrei no Chat on line...indisponível. Recorri então, para a Assessoria de Imprensa da mesma, sendo atendida pelo Sr.Guilherme, dizendo nada poder resolver. Protocolos....vários, nem cabem neste espaço minusculo. Eu pergunto, onde está a Responsabilidade de sta Empresa...Contas, ah! essas são realmente pagas, porém como no caso de minha filha,desde o ano de 2008, não conseguem acusar o pgto.de uma Fatura. Cadë a Diretoria, cadë os atendentes, cadë o direito do cidadão! AES, ainda é tempo!!! Chamem novamente o BORGHI, ele resolve tudo!!