segunda-feira, 9 de maio de 2011

Qual o caminho paulista na cobrança de pedágio?

São Paulo precisa evoluir muito quando se trata de pagamento eletrônico de pedágio, de controle de tráfego e congestionamentos e de emissões de poluentes. A grosso modo, faça uma rápida comparação com o que o maior Estado do país apresenta hoje para os motoristas e proprietários de veículos ao que a Holanda adotará a partir do próximo ano.
A Holanda, um dos países europeu com maior densidade populacional e que sofre diariamente com congestionamentos de trânsito – em estradas e vias urbanas -, passará a cobrar em 2012 uma taxa por quilômetro rodado de todos os veículos registrados no país. A tarifa básica será de 3 centavos de euro por quilômetro. Assim, basta tirar o carro da garagem para começar a pagar. Em compensação, o Ministério dos Transportes holandês vai abolir o pagamento do imposto de aquisição e propriedade de veículo.
Até o início da cobrança, todos os motoristas holandeses terão de equipar seus veículos com aparelhos que enviarão as informações sobre sua movimentação a uma central responsável pela cobrança. Quem não instalar esse equipamento está sujeito à multa. A medida, prevê o governo holandês, deve reduzir pela metade os engarrafamentos de trânsito até 2020, baixar muito a emissão de gases do efeito estufa e também diminuir o número de acidentes de trânsito, além, é claro, de facilitar a vida dos motoristas em relação à forma de cobrança/pagamento das tarifas. Para se ter uma ideia, na região metropolitana de Amsterdã, o índice de lentidão nas vias públicas alcançam normalmente 1.000 quilômetros nos horários de pico.
A cobrança por quilômetro rodado vai atingir todos os veículos com matrícula em território holandês, nas estradas e nas vias urbanas. Ninguém vai precisar parar em praça de pedágio. A cobrança será eletrônica, por boleto, na casa do contribuinte. Será que a adoção de algo similar em São Paulo é possível?
No momento não. O inédito sistema holandês tem como base o monitoramento dos veículos por GPS (Global Positioning Systems), ferramenta utilizada para saber o período, a hora e o local de circulação. Um sistema basicamente simples, que utiliza um tag acoplado no interior do veículo.
O tag emite sinais online para uma base. Esse sinal dá todas as coordenadas necessárias para a cobrança. Sistema similar, mas com cobrança apenas pela circulação nas estradas, já está em funcionamento em vários outros países europeus e nos Estados Unidos. Esse modelo permite a cobrança por quilômetro percorrido, o que facilita a vida dos motoristas e torna mais barata a viagem.
Em São Paulo, a cobrança de pedágio de maneira eletrônica ainda é feita nos mesmos moldes de 1999, quando o sistema foi implantado nas rodovias estaduais. De lá para cá, o usuário não viu evolução no sistema. Tampouco sonha com a possibilidade de adoção de um equipamento mais moderno e ágil, cujo custo pode baixar bastante ou até mesmo ser gratuito, diminuindo os gastos do proprietário do veículo e facilitando a vida do motorista.
As rodovias paulistas, consideradas as melhores do Brasil, também precisam seguir o moderno caminho da tecnologia quando o assunto é pedágio e formas de cobrança. Precisamos evoluir. Este é o caminho correto para as rodovias.