quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Enchente afeta a mente

Enchente, considerada um dos piores pesadelos dos paulistanos, podem gerar prejuízos à saúde psíquica dos atingidos, favorecendo o surgimento de casos de adoecimento mental. “Cerca de 20% das pessoas que sobrevivem a catástrofes naturais, como as enchentes que atingiram o Estado de Santa Catarina, por exemplo, poderão desenvolver desequilíbrios emocionais ou psíquicos por conta das situações traumatizantes enfrentadas”, revela o psiquiatra José Toufic Thomé, coordenador da Comissão Técnica de Intervenção em Desastres e Catástrofes da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Segundo Thomé, é importante que a população atingida receba atenção adequada, para diminuir o impacto da perda de familiares, amigos e bens materiais sobre sua saúde mental. “Quando a pessoa é exposta a um estresse intenso, numa realidade que desorganiza sua vida, sofre uma ação de violência abrupta. Seus recursos psíquicos não têm condições de se organizar imediatamente para se resolver perante o que está acontecendo podendo adoecer”, explica o médico.

Um comentário:

Guilherme Scalzilli disse...

Culpa da chuva

Custo a entender como o paulistano suporta diariamente esse indescritível colapso dos transportes urbanos e continua elegendo a mesma casta política para administrar o Estado. Ninguém jamais será responsabilizado pelo cenário apocalíptico das enchentes e dos congestionamentos monstruosos? O eleitor entregou-se a tamanha catatonia que simplesmente acredita na culpa do temporal, do feriado, do “grande fluxo de veículos”?
São décadas de continuidade administrativa ininterrupta, com uma fortuna já incalculável pretensamente gasta em investimentos, obras faraônicas e propaganda. A malha metroviária continua ridícula e os rios infectos, transbordando sob qualquer chuvisco passageiro (não, isso não acontece apenas com precipitações intensas). E o máximo que o cidadão consegue fazer é dar de ombros e concordar que vida nas cidades piorou muito nos últimos tempos...
Claro, essa passividade tem a colaboração militante da imprensa paulista. Um governo petista seria trucidado pelo espetáculo ignóbil destes dias chuvosos (e não mencionei segurança, educação, saúde). Mas, como a reeleição de Lula provou, a mídia não fabrica eleições sozinha. É impossível assistir ao martírio da população da capital sem constatar um sutil lampejo de merecimento.